É mais frequente no sexo masculino, entre 50-70 anos de idade.
O tipo histológico mais comum é o adenocarcinoma (95% dos casos), sendo o linfoma responsável por apenas 4-5%, e leiomiosarcoma e mesotelioma tipos muito raros (1%).
ADENOCARCINOMA GÁSTRICO
Existe uma classificação, denominada Classificação de Lauren, que diferencia histologicamente o adenocarcinoma em dois subtipos:
- Subtipo Intestinal (mais comum - 70%)
Este apresenta um tumor bem diferenciado com formação de estruturas glandulares; que manifesta-se como lesões expansivas, polipóides/vegetantes e ulceradas na Endoscopia Digestiva Alta (EDA) - Borrmann I eII. É um subtipo de localização preferencialmente distal, que apresenta um melhor prognóstico. - Subtipo Difuso (25%)
Este já é um tumor indiferenciado, manifestando-se de forma infiltrativa com úlceras infiltradas ou linite plástica (infiltração difura) - Borrmann III e IV - e não expansiva como o intestinal. Há células em anel de sinete, que são células com citoplasma grande e núcleos pequenos deslocados para a periferia. Acomete mais a região proximal do estômago e apresenta pior prognóstico. - E os tumores indeterminados são aqueles que não se enquadram em nenhum dos 2 subtipos acima, e tendem a ter pior prognótico.
Fatores de risco
- Gastrite atrófica pelo H. pylori pré dispõe a metaplasia intestinal e aumenta 5/6 vezes as chances de CA gátrico
- Alcoolismo/Fumo
- Anemia perniciosa (também pré-dispõe a metaplasia intestinal)
- Úlcera gástrica
- Pólipos gástricos
- Grupo sanguíneo tipo A
- Baixo nível sócioeconômico
- História familia positivo
Sintomatologia
Como já foi dito, em estágios iniciais o câncer gástrico é praticamente assintomático ou os sintomas são inespecíficos.
Os sintomas mais comuns são:
- Epigastralgia/dor epigástrica
- Perda ponderal
- Disfagia
- Náuseas/vômitos
- Saciedade precoce
Sinais de alarme: perda ponderal, anemia, sangramentos, vômitos recorrentes, massa palpável, história familiar, etc.
Indicam doença avançada!
Prateleira de Blummer (metástase peritoneal palpável pelo toque retal)
Nódulo de Virchow (linfonodo supraclavicular à esquerda)
Nódulo de Irish (linfonodo axilar)
Nódulo Sister Mary Joseph (linfonodo periumbilical)
Diagnóstico
*Endoscopia Digestiva Alta - é indicada em todo paciente com idade >45anos apresentando dispepsia ou sinais de alarme. Através da endoscopia é obtida a classificação de Borrmann, permitindo avaliação do tumor; permite tratamento e realiza biópsias do tumor.
*Exame Baritado (SEED) - através deste exame é permitido a diferenciação entre lesões malignas e beningnas; e com duplo contraste permite diagnóstico precoce do câncer gástrico. Serve como triagem, e caso tenha achados suspeitos deve ser sempre seguida de endoscopia com biópsias.
*USG abdominal/endoscópica - determina a extensão loco-regional do CA e acometimento de linfonodos próximos. Avalia o fígado, afasta metástases, ascite e tumores.
*TC abdominal - bom método para avaliar metástases para órgãos e linfonodos à distância. E a TC de tórax é necessária para tumores proximais do estômago.
Classificação de Borrmann
Borrmann I - carcinoma polipóide/vegetante.
Borrmann II - carcinoma ulcerado sem infiltração
Borrmann III - carcinoma ulcerado e infiltrante - a mais comum
Borrmann IV - carcinoma infiltrativo difuso
Tratamento
A única chance de cura é a ressecção cirúrgica.
A cirurgia deve ser tentada na ausência de metástases à distância ou de condições de alto risco cirúrgico por comorbidades; quando o tumor for precoce com poucos linfonodos comprometidos.
*Tumores de terço distal - Gastrectomia subtotal com reconstrução Bilroth II (gastrojejunostomia) pois a primeira porção duodenal também é retirada.
*Tumores de terço médio médio ou corpo - Gastrectomia total com reconstrução tipo esofagojejunostomia em Y-de-Roux.
*Tumores de fundo gástrico e cárdia - Gastrectomia total com esofagectomia distal e reconstrução através de esofagojejunostomia em Y-de-Roux.
OBS: TODOS os tumores necessitam de linfadenectomia profilática regional. A mais usada pelos cirurgiões é a D2, que envolve linfonodos perigástricos mais os que acompanham as artériasmais próximas (gástrica esquerda, esplênica e tronco celíaco)
Terapia Adjuvante > após ressecção curativa com estadiamento cirúrgico mostrando acometimento linfonodal ou de órgãos adjacente, há o benefício na sobrevida com a radioquimioterapia adjuvante (após a cirurgia).
Terapia Paliativa > tem o objetivo de reduzir os sintomas e aumentar a sobrevida (Quimioterapia). A radioterapia é reservada para controle de sangramento , dor ou obstrução.
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ResponderExcluirOi ! qual a biografia desse texto ?
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