É dividida em pancreatite leve e pancreatite grave.
P. leve – cursa apenas com edema, sem áreas de necrose, sem complicações locais ou sistêmicas e apresenta curso autolimitado de 3-7 dias. Letalidade 1%.
P. grave – cursa com extensa necrose, hemorragia retroperitoneal, quadro sistêmico grave e uma evolução de 3-6 semanas. Letalidade 30-60%.
O processo inflamatório se inicia por lesão das células acinares (produtoras de enzimas pancreáticas), que passam a liberar enzimas ativas para o interstício. A liberação de enzimas ativas no interstício acaba levando a lesão do endotélio vascular e das próprias células acinares. Levando então a alterações da microcirculação, como microtrombose, vasocronstrição, estase capilar, redução da saturação de oxigênio e isquemia progressiva. Esse fenômenos produzem aumento da permeabilidade capilar e edema da gandula, além de uma insuficiência da microcirculação. E a translocação bacteriana ocorre pela isquemia e por shunts arteriovenosos induzidos pela pancreatite, que acabam provocando a quebra da barreira intestinal. (cólon transverso – contato próximo com o pâncreas). A infecção do tecido pancreático apresenta altíssima letalidade.
As principais causas de pancreatite aguda são: Litíase Biliar e Alcolismo
Litíase Biliar – a passagem de cálculos biliares pela ampola de Vater parece ser a causa mais comum. Geralmente são cálculos menores. A obstrução da ampola pode provocar indiretamente a liberação aguda de enzimas pancreáticas ativadas; ou a obstrução proporciona refluxo biliar para o ducto pancreático, desencadeando o processo de ativação enzimática.
Não se associa com a pancreatite crônica.
É mais comum no sexo femininoo, obesos e entre 50-70 anos.
Alcolismo - Em geral o indivíduo já é etilista há pelo menos 5 anos e já existe algum comprometimento crônico do pâncreas.
A crônica é marcada por vários episódios de pancreatite aguda, desencadeadas após libação alcólica.
Outras causas: Hipertigliceridemia (pcs diabéticos mal controlados e/ou hipertigliceridemia familiar e em alcoolistas); Hipercalcemia, Pós-operatório; Induzida por fármacos, Pancreatite Idiopática (microlitíase biliar, disfunção do esfíncter de Oddi)
Manifestações Clínicas
DOR ABDOMINAL AGUDA + VÔMITOS + NÁUSEAS
Dor abdominal em andar superior do adbome e contínua. Pode irradiar para o dorso e ser caracterizada como dor em barra. A dor é de progressão rápida e intensa.
Outros sintomas: inquietação, agitação e alívio da dor em posição genupeitoral.
Pode apresentar febre, sinais de desidratação, taquicardia, taquipnéia, confusão mental em situações mais graves. Pode ocasionar icterícia.
Exame físico: Dor leve à palpação, sinal de Blumberg (irritação peritoneal). Sinal de Cullen, Grey-Turner.
Confirmação diagnóstica
Exames de sangue (amilase e lípase) + Exame de imagem (TC)
Amilase: Costuma se elevar no primeiro dia do quadro clínico e se manter elevada por 3-5 dias.
Normal < 160U/L
Lipase: Se eleva junto com a amilase, mas permanece por mais tempo elevada, entre 7-10 dias. É mais específica.
Normal < 140U/L
Obs: As duas enzimas acima 3x do valor de normalidade são altamente específicas.
TC com contraste oral e venoso é o melhor método. Indicações:
- Diagnóstico clínico duvidoso
- Pacientes com amilase alta e sinais de gravidade (distensão e dor abdominal, hipertermia e leucocitose)
- Ranson > 3
- Paciente que apresentam melhora clínica com o tto incial por 72hrs
- Deterioração clínica aguda após melhora clínica inical.
Outros exames: USG ( diagnóstico de litíase biliar – está sempre indicada),
Rx (quadro de abdome agudo, RNM
Critérios de Ranson (Prognóstico)
INTERNAÇÃO HOSPITALAR
Ø 55 anos
Ø Leucocitose > 16000mm³
Ø Glicemia > 200mg/dl
Ø LD4 > 350 UI/L
Ø TGO > 250 UI/L
PRÓXIMAS 48HRS
Ø ↓ do Hto acima de 10%
Ø ↑ de BUN > 5mg/dl (uréia e nitrogênio no sangue)
Ø Ca < 8 mg%
Ø PO2 < 60mmHg
Ø Déficit de base > 4 mEq/l
A presença de 3 desses critérios ou mais define pancreatite grave!
Tratamento
Abordagem: Reposição volêmica, analgesia e dieta enteral zero
- Forma leve ou grave?
- Grave – TC
- Obsservar complicações
- Recomeçar a dieta enteral no momento certo
Tratamento forma leve:
Analgesia (meperidine) + hidratação venosa + controle ácido/básico
Tratamento forma grave:
Analgesia(opiáceo – meperidina) + hidratação venosa (6l de Ringer Lactato em 24hrs) + suporte nutricional + antibioticoterapia profilática (imipinem – 10 dias)
Aminas vasopressoras em caso de choque.
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